
Vocês estão crescendo rápido demais.
Com celular na mão, fone no ouvido e crise existencial aos 12.
Sabem de tudo, mas não sabem de quase nada.
Falam bonito, mas vivem com medo.
Vocês se cobram, se comparam, se cancelam…
e se esquecem que ainda são crianças tentando sobreviver num mundo que até os adultos fingem entender.
E a culpa não é só de vocês.
A gente errou feio.
A gente confundiu dar tudo com dar presença.
Colocou vocês no banco de trás, entregou um iPad e disse: “dirige aí tua infância.”
Agora vocês estão aí: ansiosos, exaustos, sensíveis, sobrecarregados.
Querendo ser perfeitos pra caber num lugar que nem existe.
Mas deixa eu te contar uma coisa:
ninguém aqui nasceu pra agradar algoritmo.
Você não é um filtro.
Você não é o boletim.
Você não é o número de seguidores nem o trauma da sua família.
Você é gente.
E gente sente.
Gente erra.
Gente grita.
Gente chora.
E tudo bem.
Essa série não é pra passar a mão na cabeça.
É pra lembrar que ainda existe colo —
e que nem todo carinho vem suave.
Se você é Alfa, essa carta é pra você.
Se você é pai, mãe, educador ou adulto que esqueceu como era ter 10 anos e já estar preocupado com o fim do mundo — essa carta também é pra você.
Porque ou a gente começa a conversar de verdade,
ou essa geração vai continuar crescendo dentro de um silêncio ensurdecedor.
Eu não quero que a minha irmã cresça achando que viver é um peso.
E nem que seus filhos, sobrinhos, alunos ou irmãos pensem isso.
Então eu escrevo.
Não pra viralizar.
Mas pra tentar salvar o que ainda dá tempo.
Senta.
Respira.
E lê.
Vai doer. Vai curar. Vai abrir espaço.
– b. monma
Aprendendo como pai, professor e gente…
CurtirCurtido por 1 pessoa
Muito bom. Imagine então, quem, como eu, pertence à geração anos de 1950?
CurtirCurtido por 1 pessoa