The Last of My Twenties

No próximo dia 2 de agosto, eu completo 29 anos. E, como todo ano, o universo já começou a me cutucar — às vezes de leve, às vezes com um empurrão que quase me derruba, mas sempre com alguma intenção.

Essa semana, por exemplo, postei três textos no blog em um único dia. Três. Acredito que alguns leitores pensaram: “ela surtou”. E talvez tenham razão. Mas é um surto bonito, eu juro. Um surto com cheiro de bolo assando, playlist de nostalgia e certezas sendo reescritas.

Se minha vida fosse um livro, o capítulo atual se chamaria Entre ciclos e possibilidades. Porque é exatamente aqui que estou: entre o que já fui e o que estou me tornando. Entre tudo o que aprendi e o que ainda preciso descobrir. Entre a intensidade que me move e a paz que, enfim, começo a cultivar.

Durante muito tempo, meu aniversário carregava um certo peso. Um balanço existencial quase obrigatório, uma cobrança espiritual silenciosa. E não é que isso tenha desaparecido — mas esse ano, parece que virou outra coisa. Uma vontade mais madura de viver com intenção. De celebrar com calma. De agradecer por estar viva, mesmo no meio do caos.

Por isso, neste novo ciclo, decidi comemorar em doses pequenas e afetivas:
Na quinta, com as minhas amigas. Na sexta, com os amigos mais próximos. No sábado, com meus pais, minhas irmãs e meu noivo. Comida boa, conversa leve, vinho, risada, bolo bonito. Só. E tudo.
Porque cheguei num ponto da vida em que o “simples” virou meu luxo favorito.

Aos 29, olho pra trás e vejo tantas versões de mim. Algumas ficaram no caminho com carinho. Outras ainda me acompanham — como velhas amigas que mudaram de cabelo, mas continuam me entendendo no olhar.
Hoje, sei que dá pra mudar sem se perder. Dá pra ser intensa sem se atropelar. Dá pra querer mais sem cuspir no que já se tem.

E no meio dessa montanha-russa emocional, tem algo dentro de mim que só quer… leveza.
Quer dias de viagem, sem hora pra acordar. Sem obrigação de ser interessante o tempo todo. Quer silêncio. Céu bonito. Um texto novo sendo escrito. Quer a sensação de estar exatamente onde deveria estar — mesmo quando não faço ideia de onde isso fica no mapa.

Se eu pudesse escrever uma carta pra Bruna de alguns anos atrás, eu diria:

“Relaxa. Você não precisa ter tudo resolvido agora. Algumas respostas só chegam com o tempo. Outras, você mesma vai inventar.”

E se eu pudesse falar com a Bruna do futuro, seria mais ou menos assim:

“Espero que você esteja feliz. Que tenha viajado muito. Que tenha escrito muito. Que tenha amado sem medo. E que, acima de tudo, tenha aprendido a confiar — em Deus, na vida e em si mesma.”

Essa é minha pequena celebração antecipada:
um texto com cheiro de recomeço.
um abraço nas versões que já fui.
e um brinde silencioso ao que ainda está por vir.

Se você achou que eu tava surtando com esse monte de post… talvez esteja mesmo.
Mas é um surto de vida.
De quem, aos 29, entendeu que estar viva já é motivo suficiente pra comemorar.

Feliz quase novo ciclo pra mim.

– b. monma

Publicado por Bruna Monma

Escritora e criadora de projetos autorais. Escrevo crônicas, reflexões e narrativas sobre identidade, tempo e o que não cabe em legendas. Acredito na palavra como forma de presença.

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