Sobre quem eu sou sem as minhas máscaras

Às vezes me pergunto quem eu seria se tirasse tudo.

Se deixasse de lado o medo, a vaidade, a mania de agradar, o trauma disfarçado de sarcasmo.

Se largasse as poses que inventei pra caber melhor no mundo.

Quem restaria?

Quero acreditar que seria o que Jung chama de Self — meu espírito na forma mais genuína.

Aquela parte que não é ferida, nem expectativa, nem história repetida.

Só essência. Só verdade.

Mas alcançar isso dá trabalho.

Exige que eu me encare no espelho sem maquiagem emocional, sem filtros que embelezam a alma.

É ter coragem de dizer: “isso aqui sou eu, com todas as rachaduras, e ainda assim inteira.”

E olha, não sei se algum dia vou chegar nesse estado puro.

Talvez a vida toda seja só um lento processo de ir descascando camada por camada, até um dia topar de frente com o que sempre esteve lá.

Mas o pouco que já senti desse encontro vale mais do que qualquer aplauso.

Porque é uma paz que não depende do que pensam, do que dizem ou do que esperam.

É uma paz que brota do simples fato de existir — assim, imperfeita, mas inteira.

– b. monma

Publicado por Bruna Monma

Escritora e criadora de projetos autorais. Escrevo crônicas, reflexões e narrativas sobre identidade, tempo e o que não cabe em legendas. Acredito na palavra como forma de presença.

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