Sobre Deus, religião e meu altar particular

Sempre me achei meio herege.

Mas não do tipo que rejeita Deus — do tipo que acha Ele tão grande, tão vasto, que não pode caber numa só doutrina.

Eu gosto de rezar o Pai Nosso, mas também acendo incenso.

Carrego cristal na bolsa, mas também folheio a Bíblia e faço o sinal da cruz antes de dormir.

E às vezes, confesso, invento umas orações do meu jeito, quase poemas, quase conversas de bar com o Divino.

Tem quem ache confuso.

Eu acho lindo.

Porque se tem algo que aprendi nesse caminho torto é que fé não precisa de uniforme.

Deus não é tão limitado a ponto de se ofender porque você misturou Buda com Maria.

A espiritualidade pra mim é mais como um jardim — cada flor de um canto, cada cor roubada de uma crença, e todas vivendo bem no mesmo canteiro.

Não quero uma religião que me diga quem Deus é.

Quero que Ele me surpreenda, que me conforte de formas que eu nem sabia precisar.

Quero poder chamá-Lo de vários nomes e ainda assim sentir o mesmo abraço.

No fim, acho que Ele também gosta dessa bagunça sincera.

Porque mais importante do que o caminho, é o coração que trilha.

– b. monma

Publicado por Bruna Monma

Escritora e criadora de projetos autorais. Escrevo crônicas, reflexões e narrativas sobre identidade, tempo e o que não cabe em legendas. Acredito na palavra como forma de presença.

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