Meu top 10 filmes: La La Land ou a vida não dança com finais felizes

Tem gente que passa na nossa vida só pra nos ensinar a continuar sem ela.

Aparece com um brilho nos olhos, uma música nos lábios, um certo jeito de fazer o mundo parecer mais bonito por uns instantes — e depois vai embora. Não por mal. Mas porque já cumpriu seu papel.

La La Land é sobre isso.

Sobre quando a vida real interrompe a música no meio do refrão.

Sobre quando o amor é verdadeiro… mas não suficiente.

Sobre quando os caminhos se cruzam não pra permanecer, mas pra impulsionar.

Eu me vi na Mia desde a primeira cena.

Aquela vontade de algo maior, aquela fé de que existe um lugar onde a gente pode ser quem é — sem pedir licença, sem diminuir a luz. E também aquela solidão que ninguém vê, mesmo quando a gente está cercada de aplausos.

Muitos amores são assim: com esperança no início e frustração no fim.

As vezes você pode achar que encontrou “a pessoa certa”, e entende depois que a hora certa nunca é sobre o relógio — é sobre a versão de nós mesmos que está pronta pra viver aquilo.

O filme corta em silêncio.

Te obrigada a escolher entre o amor e os seus sonhos. E que louco é isso — como colocam o amor e a nossa própria existência na mesma balança, como se só um pudesse vencer.

Mas acontece. E dói. E ensina.

Aquela cena do final alternativo — ah, aquela cena.

Eles dançando como se tudo tivesse dado certo. Como se o universo tivesse colaborado. Como se amor bastasse.

Mas aí volta pro presente. E não deu. E tá tudo bem não dar.

Talvez o amor mais verdadeiro seja aquele que não ficou.

Porque ele ensina o que precisa ser visto, dentro e fora.

E quando acaba, deixa uma frase que ecoa:

“Obrigada. Aprendi muito com a sua permanência — e mais ainda com a sua ausência.”

Algumas histórias são belas exatamente porque não duram.

Alguns sentimentos são eternos exatamente porque não viraram rotina.

E alguns finais são perfeitos… justamente por não serem felizes.

– b. monma

Publicado por Bruna Monma

Escritora e criadora de projetos autorais. Escrevo crônicas, reflexões e narrativas sobre identidade, tempo e o que não cabe em legendas. Acredito na palavra como forma de presença.

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