Tem gente que passa na nossa vida só pra nos ensinar a continuar sem ela.
Aparece com um brilho nos olhos, uma música nos lábios, um certo jeito de fazer o mundo parecer mais bonito por uns instantes — e depois vai embora. Não por mal. Mas porque já cumpriu seu papel.
La La Land é sobre isso.
Sobre quando a vida real interrompe a música no meio do refrão.
Sobre quando o amor é verdadeiro… mas não suficiente.
Sobre quando os caminhos se cruzam não pra permanecer, mas pra impulsionar.
Eu me vi na Mia desde a primeira cena.
Aquela vontade de algo maior, aquela fé de que existe um lugar onde a gente pode ser quem é — sem pedir licença, sem diminuir a luz. E também aquela solidão que ninguém vê, mesmo quando a gente está cercada de aplausos.
Muitos amores são assim: com esperança no início e frustração no fim.
As vezes você pode achar que encontrou “a pessoa certa”, e entende depois que a hora certa nunca é sobre o relógio — é sobre a versão de nós mesmos que está pronta pra viver aquilo.
O filme corta em silêncio.
Te obrigada a escolher entre o amor e os seus sonhos. E que louco é isso — como colocam o amor e a nossa própria existência na mesma balança, como se só um pudesse vencer.
Mas acontece. E dói. E ensina.
Aquela cena do final alternativo — ah, aquela cena.
Eles dançando como se tudo tivesse dado certo. Como se o universo tivesse colaborado. Como se amor bastasse.
Mas aí volta pro presente. E não deu. E tá tudo bem não dar.
Talvez o amor mais verdadeiro seja aquele que não ficou.
Porque ele ensina o que precisa ser visto, dentro e fora.
E quando acaba, deixa uma frase que ecoa:
“Obrigada. Aprendi muito com a sua permanência — e mais ainda com a sua ausência.”
Algumas histórias são belas exatamente porque não duram.
Alguns sentimentos são eternos exatamente porque não viraram rotina.
E alguns finais são perfeitos… justamente por não serem felizes.
– b. monma