Meu Top 10 Filmes: 500 Dias com Ela

Esse filme tem uma trilha sonora espetacular. E talvez por isso doa tanto — porque toda música boa sempre tem um quê de verdade que não dá pra negar.

500 Dias com Ela é quase uma playlist de amores que nunca se escreveram por inteiro. E quem nunca viveu um “quase” grande demais pra ser só quase? A dor está justamente aí: quando acontece pela metade. Porque dói mais, mas pelo menos aconteceu. Viver ou existir? Eu prefiro viver.

O que mais aprendi é que, na vida, às vezes a gente é o Tom, às vezes a Summer. Não dá pra ganhar todas. E, sejamos sinceros: o Tom é emocionado demais. Já eu? Orgulhosa demais pra deixar passar batido. Leonino sofre uma semana, depois disso: thank u, next.

A cena que mais me pega é quando a Summer, já noiva, encontra o Tom e diz: “você estava certo o tempo todo, só não era sobre mim”. Isso me atravessa como faca e como abraço. Porque é isso: às vezes o outro estava certo. Só não era sobre a gente.

Escrevi um texto anos atrás, como se fosse uma carta da Summer. E hoje percebo que era sobre mim também:

“Um dia você vai virar pra ele e vai dizer que queria mesmo, queria com todas as suas forças… Vai perceber que não prometeu nada e nunca pediu nada demais. Vai entender que ser a Summer não é não ter coração, mas ter coração demais — e justamente por isso deixar para trás uma história de contos de fadas, na esperança de encontrar uma outra que ainda nem tinha sido escrita. Vai dizer ao Tom que o verão acabou, e que o outono já vem chegando.”

Talvez seja isso: a gente sempre vai ser um pouco Tom, um pouco Summer.

E no fim, todo “quase” deixa cicatrizes que tocam como músicas que nunca param de tocar.

– b. monma

Publicado por Bruna Monma

Escritora e criadora de projetos autorais. Escrevo crônicas, reflexões e narrativas sobre identidade, tempo e o que não cabe em legendas. Acredito na palavra como forma de presença.

Deixe um comentário

Crie um site como este com o WordPress.com
Comece agora