Natal não é sobre excesso

O Natal costuma ser vendido como abundância.

Mesa cheia, casa cheia, agenda cheia, sentimentos embalados em papel dourado.

Mas talvez o que falte não seja mais coisa alguma.

Talvez falte silêncio. Presença. Verdade.

Há algo profundamente contraditório em celebrar o nascimento de alguém que pregou desapego, simplicidade e amor radical… cercados de excessos que nos distraem do essencial.

O Natal não pede espetáculo.

Pede escolha.

Escolher não performar felicidade.

Escolher não comprar afeto.

Escolher não confundir amor com obrigação.

Talvez o gesto mais natalino seja o mais simples:

sentar, ouvir, perdoar um pouco, ficar.

Se o Natal não nos torna mais humanos,

talvez ele só esteja bem decorado.

— b. monma✨

Publicado por Bruna Monma

Escritora e criadora de projetos autorais. Escrevo crônicas, reflexões e narrativas sobre identidade, tempo e o que não cabe em legendas. Acredito na palavra como forma de presença.

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