O Natal costuma ser vendido como abundância.
Mesa cheia, casa cheia, agenda cheia, sentimentos embalados em papel dourado.
Mas talvez o que falte não seja mais coisa alguma.
Talvez falte silêncio. Presença. Verdade.
Há algo profundamente contraditório em celebrar o nascimento de alguém que pregou desapego, simplicidade e amor radical… cercados de excessos que nos distraem do essencial.
O Natal não pede espetáculo.
Pede escolha.
Escolher não performar felicidade.
Escolher não comprar afeto.
Escolher não confundir amor com obrigação.
Talvez o gesto mais natalino seja o mais simples:
sentar, ouvir, perdoar um pouco, ficar.
Se o Natal não nos torna mais humanos,
talvez ele só esteja bem decorado.
— b. monma✨