Por que escrevo um blog em 2025?


Escrever um blog em 2025 é como nadar contra a corrente – exige fôlego, mas nos lembra que ainda somos donos das nossas próprias palavras.

Sempre escrevi. No papel, no celular, em qualquer lugar onde pudesse despejar meus pensamentos antes que se perdessem no fluxo da rotina. Escrever me ajuda a organizar a mente, a entender o que sinto, a evoluir. Antes, guardava tudo para mim. Agora, posto. Para não perder, para dar voz ao que penso.

Mas por que um blog? Por que não simplesmente jogar essas palavras nas redes sociais, onde todo mundo está? Talvez porque as redes sociais não sejam mais um lugar onde as pessoas realmente falam. São vitrines. Todo mundo tentando caber em uma caixa, otimizando a própria existência para engajamento. Falta autenticidade, falta profundidade. Falta sentir que há pessoas do outro lado, e não apenas perfis calculando o que postar para melhorar os números.

Escrevo um blog porque gosto da liberdade de escrever sem pressa. Sem me preocupar se alguém vai curtir ou comentar. Porque já escrevia antes de postar e continuaria escrevendo se ninguém nunca lesse. Meu blog não é um projeto de crescimento, é um diário de insights. Algo que me acompanha e me ajuda a enxergar a vida com mais poesia.

Ainda escrevo um blog porque gosto da sensação de trocar ideias que me tiram da caixa. Não quero um milhão de seguidores, quero conversas que agreguem, reflexões que façam sentido, trocas que valham a pena. Gosto do que é inteligente, sensível, real.

E você? Quando foi a última vez que leu algo sem pressa? Quando foi a última vez que escreveu sem pensar em como as pessoas iam reagir? Se ninguém pudesse curtir, você continuaria postando?

Escrevo um blog porque sinto falta da internet de antes. Do Tumblr, dos textos que mexiam com a gente, dos blogs que existiam sem a obrigação de viralizar. Talvez os blogs estejam voltando porque, no fundo, a gente nunca deixou de precisar deles.

E se, aos poucos, a gente tomar um pedacinho da internet de volta?

Publicado por Bruna Monma

Escritora e criadora de projetos autorais. Escrevo crônicas, reflexões e narrativas sobre identidade, tempo e o que não cabe em legendas. Acredito na palavra como forma de presença.

13 comentários em “Por que escrevo um blog em 2025?

    1. Muito obrigada, Chico! Escrever tem exatamente esse efeito para mim: organizar pensamentos, sentir mais fundo e, de alguma forma, me entender melhor no processo. Fico feliz que a reflexão tenha feito sentido para você também. E sim, escrever sempre vale a pena, independente de números. Que bom que a gente ainda pode ter esses espaços de troca mais verdadeira na internet!

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  1. Engraçado como pensamos a escrita exatamente da mesma forma. Faziam-me essa pergunta há uns dias: Um blog? Ainda escreves num blog? E escrevo. Sinto que é aquela caixa onde vou deixando os meus “sentires”. Uma espécie de diário sem o ser, de facto.

    Continue a escrever! Eu continuarei a ler!

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    1. Que incrível ver que sentimos a escrita da mesma forma! Também enxergo o blog como esse espaço onde vou deixando meus ‘sentires’, um diário sem obrigação de ser diário. Acho que, no fundo, escrever é isso: registrar pedaços da nossa visão de mundo. Fico feliz que você também siga esse caminho e mais ainda por ter sua companhia por aqui! Seguimos escrevendo!

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  2. Oi, Bruna!

    Necessária e linda essa reflexão sobre escrever um blog. Eu estou reativando o meu aos poucos e as pessoas ficam me fazendo essa mesma pergunta e já me sugerindo outras plataformas “mais modernas” e até mesmo mais agradáveis de editar, como o Substack.

    Confesso que estou muito na dúvida, pois juro que conseguia me entender melhor como o WordPress há quase 15 anos, quando comecei a escrever por aqui, e isso tem sido um elemento desanimador para o blog. Como teste, fiz 2 postagens nesse Substack, replicadas do blog, mas confesso que ainda nem entendi muito bem como ele funciona.

    Indepedente do lugar na web, creio que o mais importante seja escrever, sentir com palavras e organizar as ideias. Sigamos! 😀

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  3. Oi, Bruna!

    Necessária e linda essa reflexão sobre escrever um blog. Eu estou reativando o meu aos poucos e as pessoas ficam me fazendo essa mesma pergunta e já me sugerindo outras plataformas “mais modernas” e até mesmo mais agradáveis de editar, como o Substack.

    Confesso que estou muito na dúvida, pois juro que conseguia me entender melhor como o WordPress há quase 15 anos, quando comecei a escrever por aqui, e isso tem sido um elemento desanimador para o blog. Como teste, fiz 2 postagens nesse Substack, replicadas do blog, mas confesso que ainda nem entendi muito bem como ele funciona.

    Indepedente do lugar na web, creio que o mais importante seja escrever, sentir com palavras e organizar as ideias. Sigamos! 😀

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    1. Érika, que delícia ler isso! Também sinto que o importante mesmo é escrever, independente da plataforma. E te entendo demais — acredita que também entrei no Substack, postei dois textos por lá e… não sei mexer direito até agora? rs. Ainda assim, tem algo no WordPress que me dá essa sensação de casa, talvez pela história, talvez pela simplicidade. Fico feliz de saber que você está reativando seu blog — e mais ainda por ter se conectado com esse texto. Sigamos, sim. Escrevendo, sentindo, organizando a vida com palavras!

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  4. Então estou na blogosfera há muitos anos. Quando cheguei aqui era tudo mato. Eu vi crescer e vi voltar a ser mato. A gente escreve por que precisa. Escreve por que as palavras transbordam. E antes que a gente fique sufocados com elas encontramos um lugar para solta-las pelo mundo.

    Se leem ou não leem? Não é isso que nos fará parar de escrever.

    E como você disse as redes sociais estão mais para vitrines do que para bibliotecas. Eu continuo aqui contribuindo com um pouco de pensamentos e palavras. E até hoje agradeço pelas amizades que fiz ao longo de anos de escrita.

    Um abraço e boa sorte.

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    1. L.S., que prazer receber um comentário tão poético e cheio de trajetória. Adorei a metáfora do ‘era tudo mato’ — consigo imaginar esse começo mais livre, mais despretensioso e, talvez por isso mesmo, mais verdadeiro. As palavras transbordam mesmo, e esse espaço de soltar é precioso demais. Que bom saber que você continua por aqui, contribuindo com pensamentos e histórias. Espero um dia também olhar pra trás e sentir gratidão pelas conexões que a escrita trouxe. Obrigada pelo carinho e pela troca. Um abraço grande!

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  5. Antes das redes sociais, as pessoas eram mais inteligentes, atentas e espertas. Exemplo: nos anos 2000, navegavam na internet. Hoje, para a nova geração navegar ou mesmo ter curiosidade de olhar um site com atenção, é difícil. É muito comodismo. Mas o pessoal está começando a ver que, realmente, blog é tudo de bom. Vamos juntas nessa!

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