a espada era minha

Na noite do dia 22 pro dia 23 de abril, eu sonhei que era uma rainha. Mas não dessas que usa coroa de ouro, manda nas pessoas ou tem um castelo com torre. Era uma rainha que andava — não no salto — mas arrastando uma espada enorme no chão. Pesada. Tão grande que dava quase medo. Quase.

O mais curioso é que ninguém me disse nada. Ninguém me chamou de rainha. Não teve anúncio. Não teve reverência. E ainda assim… eu sabia. Sabia que era. Simplesmente sabia.

Acordei com essa imagem grudada em mim como quem sonha com uma vida que já viveu. Me senti forte e estranha ao mesmo tempo. Tipo quando você encontra uma versão sua que sempre existiu, mas tava escondida atrás dos boletos, das inseguranças e do que os outros esperam que você seja.

No fim desse mesmo dia, 23 de abril, eu sentei na cama. Do jeito mais simples possível. Sabe aquele momento em que a gente não precisa de palavras bonitas nem de ritual nenhum? Só uma oração honesta. Eu só agradeci. Falei com Jesus como quem fala com alguém que já viu o pior de você e ainda assim fica. Pedi perdão. Pedi proteção. Falei que amava Ele.

E então aconteceu.

A Bíblia, que fica no meu criado-mudo, virou uma página sozinha. Sem vento, sem motivo, sem manual de instrução. E parou exatamente em Isaías 55.

Olhei pro relógio: 23:23.

Você não precisa acreditar, mas naquele segundo eu soube.

Era resposta. Era confirmação. Era código do céu.

Isaías 55 fala de um convite. Um chamado pra quem tem sede.

De graça. Sem cobrança.

Fala de um Deus que pensa muito além do nosso entendimento.

De um caminho mais alto.

De uma promessa que não volta vazia.

E eu ali, boba, arrepiada, sentindo que Ele tinha me ouvido.

Como se o sonho da espada fosse a visão.

E a página da Bíblia, o lembrete:

“Você já tem o que precisa.”

A espada?

Era minha.

Só tava aprendendo a carregar.

E Deus, como sempre, já sabia disso muito antes de mim.

– b. monma

Publicado por Bruna Monma

Escritora e criadora de projetos autorais. Escrevo crônicas, reflexões e narrativas sobre identidade, tempo e o que não cabe em legendas. Acredito na palavra como forma de presença.

6 comentários em “a espada era minha

    1. Ana, que lindo isso… obrigada por compartilhar!
      Engraçado — ou melhor, sincronizado — você tirar o Rei de Espadas logo após ler essa crônica.
      Sinto que essa espada não veio pra guerra… mas pra corte. Corte de laços que não fazem mais sentido. Corte de ilusões. Corte do que é velho em mim.
      A espada veio pra limpar caminho, não pra ferir.

      E talvez esse Rei… também seja só uma lembrança de que minha palavra é arma e cura ao mesmo tempo.
      Vou lá na sua página sim, com o coração aberto. Quem sabe a espada não me leva até mais um sinal?

      Curtido por 1 pessoa

  1. Bruna, onde estiver a Espada deve também haver o Amor em sua elegância e profundidade.

    Seu sonho com certeza veio te mostrar a si mesma com gratidão aos Céus e à Vida em luz.

    Você é especial.

    Como um vulto alvo que paira, pelos sonhos, a Pátria Celestial .. Sua Pátria.

    Bj 💋🕯️ Bruna!

    Obrigada por me seguir!

    Curtido por 2 pessoas

    1. Ana, você escreveu como quem me conhece há vidas…
      Sim, que a espada venha com amor, com firmeza elegante e luz.
      Que ela não seja só lâmina — mas também ponte.
      Seu comentário me abraçou, como se traduzisse o que o sonho me sussurrou e eu ainda não tinha colocado em palavras.

      A Pátria Celestial… talvez seja mesmo esse lugar onde a alma da gente se lembra de onde veio.
      Obrigada por enxergar com tanta delicadeza.
      Teu vulto também cruzou o meu caminho com propósito.

      – Bruna

      Curtido por 1 pessoa

Deixe um comentário

Crie um site como este com o WordPress.com
Comece agora