
Uma vez, alguém me mandou uma mensagem no blog perguntando como eu fazia pra não cair em bloqueios criativos.
Na época, respondi com honestidade — disse que escrevia porque escrevia. Porque era natural, fluía, escorria como pensamento molhado em vidro.
Não sei se menti.
Ou se só respondi de dentro de uma fase fértil, dessas em que a vida parece uma pauta ambulante e tudo dá vontade de transformar em texto.
Mas hoje… hoje eu te responderia diferente.
Eu responderia que às vezes o silêncio é tão alto que não dá pra escrever em cima.
Que tem dia que o mundo pesa e a palavra se retrai.
Que tem fase em que a gente até senta pra escrever, mas sente que nada é bom o bastante.
Ou que tudo parece banal perto do que realmente está acontecendo por dentro.
E é engraçado, porque quando a gente trava, o que falta não é conteúdo.
O que falta é clareza, coragem, ou simplesmente energia pra transformar o caos em frase.
Já fiquei dias sem escrever porque estava cansada.
Outros porque estava triste.
E outros ainda porque estava feliz demais — e parecia injusto traduzir aquilo em palavras.
Nem todo sentimento gosta de legenda.
O que eu aprendi com os meus bloqueios é que eles não são falha.
São pausa.
E que toda pausa, se respeitada, vira ponto de virada.
Hoje, eu volto ao blog com uma página em branco e nenhuma grande ideia.
Mas volto.
E talvez isso seja mais importante do que qualquer coisa que eu poderia dizer.
Às vezes, tudo o que a gente precisa escrever é isso:
“eu ainda estou aqui.”
Há um tempo para ficar calado e precisamos respeitar isso. 😆😆
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Eu estava precisando ler isso.
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Perfeito!
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👏🏾👏🏾👏🏾👍🏾
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“Nem todo sentimento precisa de legenda”.
Perfeito, Bruna.
Posso usar a frase no meu “Pensamento do dia”?
Um abraço.
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Claro que pode usar, Arthur! Fico feliz que tenha tocado você assim. Um abraço 🌸
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