Quando eu era criança, pedi para que a professora explicasse a matéria em formato de música. Ela achou estranho. Chamou minha mãe pra conversar. Talvez tenha visto ousadia, talvez insubordinação, mas no fundo eu só queria entender o mundo de um jeito que fizesse sentido pra mim. Enquanto uns aprendiam decorando fórmulas, eu precisava sentirContinuar lendo “A menina que queria aprender por música”
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O fim da ressaca como identidade
Durante muito tempo, a ressaca foi uma medalha. Sinal de que você viveu, curtiu, sobreviveu à própria intensidade. Era quase uma gíria geracional: “tô acabada, mas foi bom demais”. Hoje, essa frase soa datada. A ressaca perdeu o glamour. A nova geração não quer pagar o preço da euforia. O álcool deixou de ser oContinuar lendo “O fim da ressaca como identidade”
Talvez a gente precise escrever pra se ouvir
por – b. monma Outro dia, me peguei pensando: e se a gente pudesse escrever pra se curar? Não como uma obrigação de ser escritora. Mas como um respiro.Como uma carta que ninguém vai cobrar, uma lembrança que ninguém precisa entender.Como uma forma de existir — mesmo que em pedaços. Tenho recebido mensagens de genteContinuar lendo “Talvez a gente precise escrever pra se ouvir”
Ninguém sabe o que tá fazendo (tem estudos sobre isso, juro)
Ninguém sabe o que tá fazendo. Sério. Nem eu, nem você, nem aquele teu conhecido que parece ter a vida perfeita no Instagram. No fundo, tá todo mundo improvisando. Uns mais desastrados, outros melhores na arte de fingir. Eu, por exemplo, já dei o maior mico da história recentemente: dei tchau pra alguém que nãoContinuar lendo “Ninguém sabe o que tá fazendo (tem estudos sobre isso, juro)”
Como redes sociais bagunçam seu cérebro (e sua vida inteira)
TikTok. A plataforma perfeita pra você se sentir atoa em HD. Eu sei porque já me peguei rolando por horas, o polegar adestrado, o olhar meio vidrado, o cérebro pingando dopamina baratinha — e depois? Depois vem o vazio, a sensação de “por que mesmo eu precisava saber como fazer torta de ricota em 12Continuar lendo “Como redes sociais bagunçam seu cérebro (e sua vida inteira)”
O tédio é importante (e a criatividade nasce no vazio)
Às vezes me sinto completamente improdutiva. Tipo um domingo arrastado em que não fiz nada além de existir — e talvez nem isso direito. Mas, curiosamente, eu me permito. Porque eu gosto. Eu gosto tanto de não fazer nada que chega a ser quase uma arte. Acho que me recarrego assim, sozinha, meio de dentro,Continuar lendo “O tédio é importante (e a criatividade nasce no vazio)”
Adulting dói porque seu corpo carrega stress acumulado
Costas, ombros, pescoço. É ali que mora a minha vida adulta. Ou, pelo menos, é ali que ela decide se manifestar em forma de peso, aperto, torcicolo, travada de quem dormiu errado — ou só vive errado mesmo. Eu durmo bem, confesso. Mas queria dormir mais. Tipo 12 horas, igual adolescente sem boletos, sem responsabilidades,Continuar lendo “Adulting dói porque seu corpo carrega stress acumulado”
Por que procrastinamos tanto? (spoiler: dopamina, medo e um cérebro meio cagado)
Eu me pego postergando tudo que possa ser postergado. Tudo. Se der pra deixar pra amanhã, eu deixo. E o mais engraçado, ou triste, não sei, é que a única coisa que faço antes de qualquer prazo é sofrer por antecedência. Meu corpo reage de formas bem criativas: ansiedade que parece um ninho de abelhasContinuar lendo “Por que procrastinamos tanto? (spoiler: dopamina, medo e um cérebro meio cagado)”
Capítulo 6- O corpo nas gerações: entre contenção, culto e desconexão
O corpo nunca foi só carne. Sempre foi política, promessa, punição e, em alguns casos, a única forma de ser visto. Cada geração foi ensinada a habitar o próprio corpo de um jeito. E quase nenhuma foi ensinada a habitá-lo com paz. 🪶 Geração Silenciosa (1928–1945): o corpo como ferramenta de sobrevivência Corpo era força deContinuar lendo “Capítulo 6- O corpo nas gerações: entre contenção, culto e desconexão”
Entre gerações: o que herdamos, o que criamos, o que deixamos
Antes de sermos geração, fomos consequência. De guerras, ditaduras, revoluções tecnológicas e silêncios emocionais que atravessaram famílias inteiras. A Geração Silenciosa (1928–1945) aprendeu a sobreviver em meio à escassez e à rigidez. Filhos da guerra e da repressão, viveram para obedecer e reconstruir. Choravam escondido, se chorassem. Os Baby Boomers (1946–1964) nasceram quando o mundoContinuar lendo “Entre gerações: o que herdamos, o que criamos, o que deixamos”
a espada era minha
Na noite do dia 22 pro dia 23 de abril, eu sonhei que era uma rainha. Mas não dessas que usa coroa de ouro, manda nas pessoas ou tem um castelo com torre. Era uma rainha que andava — não no salto — mas arrastando uma espada enorme no chão. Pesada. Tão grande que davaContinuar lendo “a espada era minha”
o que (não) vemos pela janela
Assisti àquela série nova da Netflix, Adolescência, e confesso que passei os 40 minutos com um aperto no peito e um milhão de pensamentos na cabeça. A câmera não pisca. A gente também não consegue piscar. Porque ali, naquela escola, naquela tensão toda, naquele menino perdido entre likes, ameaças e o peso de existir, moraContinuar lendo “o que (não) vemos pela janela”
Organizando as Prateleiras Mentais: Como Pilates, Meditação, Som e a Escrita Viraram Meus Melhores Funcionários
Meu avô dizia: “Corpo são, mente sã.” E eu, teimosa que sou, demorei para entender que essa frase não era só um bom bordão de filme de coach. Mas a vida – essa professora insistente – fez questão de me mostrar na prática. Nos últimos tempos, entre um devaneio sobre propósito e um surto (nãoContinuar lendo “Organizando as Prateleiras Mentais: Como Pilates, Meditação, Som e a Escrita Viraram Meus Melhores Funcionários”